terça-feira, 28 de abril de 2009

Ela está guardando sentimentos e fabulando durante todo o tempo.
Com a cumplicidade nociva do silêncio caminha sem olhar para trás.
Deixa que a chuva a deixe ensopada e que alague também a obstinação de sua corruptibilidade.

Com o corpo rasgado ao meio, sabe que não há nada que possa fazer. Enquanto os relógios inquietos ressoam, imagina somente o tamanho de tal saudade proclamada.
Talvez tão grande quanto a estrada que impede sua vontade. Vira as páginas das revistas que foram largadas e imagina qual será o próximo destino.

Uma cigana a disse que só há luz em seu caminho, mas também há lama e vômito.
Sem dormir por três noites frias, ela lê suas cartas.
Palavras expressas saltam do papel manchado de lágrimas e ela espera por um avião.

Se pudesse ir para aquele lugar, cederia até o pouco que resta de sua integridade.

Os grilos não se calam e da sua janela só dá para ver mato.
Se os barulhos da cidade não a incomodassem dormiria como um neném. E é assim que se sente, enquanto berra por seu direito de liberdade.

Começa a espernear e percebe que necessita de colo, de colo e de carinho.

Por Jubs www.fotolog.com/jubslandia

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